4.3.09

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Alain Daussin


Existem noites em que a quietude de um coração cabe nos limites do espaço branco de uma mala velha de viagem. Lembram, de memória, o sabor doce que existe num bilhete de ida, sem rumo, comprado como se fosse um comprimido de cianeto para os momentos urgentes. Veste-se a cor vermelha nos lábios a desenhar a paisagem de um corpo que se reconhece selvagem. Indomável no sentir. Indelével na passagem. Perene na textura etérea da pele. Escarpado, de forma absoluta, na presença e na ausência. E o melhor dessas noites, guarda-se no silêncio vermelho do bâton que sabe a passagem sem despedida para outra cidade.

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Antevi uma daquelas "geleiras", que usam nos transplantes (felizmente só vi em filmes), lá dentro ia um coração!...

Mas já "gelei" sem fazer filmes...

Perguntarás tu "que tenho eu a ver com isso?"

(sotavento) :)

5/3/09 00:10  
Blogger AlmaAzul said...

Cobiçável esse batom ou esse bilhete. :)
***azuis

6/3/09 21:23  
Anonymous Anónimo said...

Com neve fica melhor!

6/3/09 22:16  
Blogger a said...

Não deixes que o teu coração se feche nessa mala velha. Deixa que ele solte o bâton.

Bjs nossos.

9/3/09 22:23  
Blogger Francesca said...

Sempre especial. Tu.

Beijo

13/3/09 16:42  
Blogger clic said...

As letras, que tu juntas em palavras que formam frases, desenham paisagens a peder de vista!... :)

26/3/09 18:34  

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