Da revolta...
Bruno Espadana
Encontro-me numa fase da vida em que cada vez mais valorizo as palavras. As minhas palavras, sobretudo. Conclui que apenas devemos dizer a mesma coisa duas vezes. Uma vez, para transmitir, sugerir, partilhar o que se deve comunicar naquele momento. A segunda serve para relembrar o que pode não ter sido ouvido ou entendido. A partir daí, faço silêncio. Talvez não seja o momento de o dizer. Talvez não tenha que ser de mim que o deve ouvir. E é nesse preciso momento que a minha presença ou palavra deixam de fazer sentido. Porque o meu momento já passou. Porque não vale a pena insistir. Porque não é por aí que devo ir. Este sentimento faz-me lembrar algo que foi partilhado comigo há pouco tempo. Uma afirmação de Martin Luther King que dizia qualquer coisa como isto: não é o barulho das multidões revoltadas que assusta, mas sim o silêncio das revoltas mudas.







3 Comments:
O silêncio por quem o sabe usar pode tornar-se numa das mais poderosas armas...
Sim, poupemo-nos a terceira que é, necessariamente, escusada.
AlmaAzul
Verdade... :)
Samartaime
Poupemo-nos, sim. :)
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