18.6.08

# 5


Rui Miguel Figueiredo

«Sem o admitirem um ao outro ou a si próprios, ligaram os seus destinos, os seus futuros (o seu Amor, a sua Loucura, a sua Esperança, a sua Infinita Alegria) ao dele. Iam vê-lo todas as noites (com pânico crescente à medida que o tempo passava) para verificarem se ele sobrevivera ao dia. Afligiam-se com a sua fragilidade. A sua pequenez. (...)
Escolheram-no porque sabiam que tinham de ter fé na fragilidade. Agarrar-se à Pequenez. De cada vez que se separavam, levavam consigo apenas uma pequena promessa um do outro.
- Amanhã?
- Amanhã.
Sabiam que tudo pode mudar num dia. Tinham razão quanto a isso.»

Arundhati Roy