Da responsabilidade...

Dennis Stock - James Dean

Ser responsável pelas pessoas que cativamos é tão verdade como ser responsável pelo modo como contribuimos para esse cativar. Por outras palavras, somos responsáveis por todos aqueles que de algum modo se sentem presos a nós. Seja essa ligação baseada na empatia, simpatia, amizade ou outros sentimentos mais profundos. Até aqui nada de novo. Saint-Exupéry já o havia dito. E a riqueza da humanidade reside precisamente na partilha e na profundidade das relações entre as pessoas. No entanto, considero ser maior ainda a responsabilidade que temos quando contribuimos e alimentamos uma qualquer ligação que não possui interesse para nós. E nessas alturas, é tão feio o que se faz. Seja para alimentar o ego, seja para não nos sentirmos sós, seja porque nos sentimos bem com alguém, seja porque ganhamos algo que sabemos não poder retribuir. É feio. E mais feio se torna quando essas atitudes raiam o egoísmo puro de quem não quer perder ou libertar alguém. E é nesse sentido que entendo que a nossa responsabilidade perante os outros cresce tremendamente. Devemos assumir essa escolha. Esse desinteresse. É urgente que o façamos quando a situação é essa. E assumir, de uma vez por todas, as consequências dessa decisão. Devemos entender também que, por vezes, essa escolha não tem retorno. Como também devemos ter consciência que não ficaremos impunes quando agimos de modo egoísta, voluntário e consciente.