Da maturidade...

Michelle Pfeiffer

Mulheres maduras…
Confesso que sempre as apreciei. Há qualquer coisa nelas que não sei definir. Sei apenas que está lá porque vejo. É esse ‘qualquer coisa’ que existe em algumas mulheres maduras que me fascina. Uma presença segura pousada na certeza de quem sabe o que quer. De quem se poupa aos pormenores e situações desinteressantes. De quem sabe contornar, com um belíssimo ‘jogo de cintura’, as circunstâncias que não conduzem a nada, ou que nada trazem de novo. Possuem uma postura tranquila, que tanto invejo…, suportada pelo conhecimento que têm de si mesmas. Frequentemente, são pessoas que aprenderam a viver o momento. Que sabem deixar subtilmente a vontade insatisfeita da sua presença. E o que mais aprecio… é o modo como sabem alongar os momentos agradáveis, sejam eles construídos por conversas, de alegrias, de presenças e amizades… ou até mesmo no que diz respeito ao sexo. É o modo confiante como usam o corpo, as mãos a deslizarem suavemente no espaço quando falam, o olhar atencioso e insinuante quando ouvem, o tom melodioso e pausado da voz a experimentar variações… a forma como ocupam, como nos envolvem, sem nos darmos conta, da área que nos circunda. E como dizia a nossa Simone de Beauvoir, «viver é envelhecer»… quem me dera saber envelhecer assim.