Dos orgãos...
Michal Macku
«O meu coração é fraco e não é de fiar. Quando tiver de ir será do coração. Tento onerá-lo o menos possível. Se houver alguma coisa que possa exercer um grande impacto sobre mim, tento dirigi-lo para outro ponto do organismo. Os intestinos, por exemplo, ou os pulmões, que poderão retrair-se por instantes, mas que nunca me deixaram ficar mal. (...) Mas há outros males que recebo noutros pontos do corpo. Reservo o pâncreas para amparar tudo o que vou perdendo. Desilusão comigo mesmo: rim direito. Desilusão com os outros em mim: rim esquerdo. Fracassos pessoais: tripa. Não pensem que eu fiz disto uma ciência exacta. Não é uma coisa assim tão elaborada. Limito-me a aguentar, venha de onde vier. (...) Ontem vi um homem a pontapear um cão e senti-o por detrás dos olhos. Não sei o que chamar a isto, aquilo que precede as lágrimas. A dor do esquecimento: espinha. A dor de recordar: espinha. Solidão: não há orgão nenhum que aguente tudo sozinho.»
N. Krauss







4 Comments:
Que lindo:-)
Tenho saudades tuas :-)
Não será melhor chamar uma cardiologista?
Bjs miúda.
M.zinha tens um desafio no nosso blog.
Bjs x2
Tzinha
lind..a és tu!
também tenho muitas saudades tuas.
muitos, muitos beijos
A. e G.
hummm... é melhor chamares duas porque o meu pacemaker anda fraquito! ;o)
e já respondi ao desafio!
muitos beijos para as duas
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