Fissura
H. Cartier Bresson
Toda a desatenção é uma forma de traição. E quanto mais demorada ela for, mais funda se inscreve na pele dos afectos. Mais rasgada fica a carne dos dias que sustêm os laços que unem as pessoas. A desatenção é, então, uma espécie de amor frouxo... disse amor?... desculpem, queria dizer coragem frouxa... que assiste à sua própria decadência: a de se tornar numa coisa que ainda não tem nome e que não dignifica nem foi amado nem quem amou. E descobrem-se as rupturas e fissuras aumentadas pela erosão do tempo que deixou de ser sentido como escasso. E quando se pensa que se tem tempo... já não é amor o que se sente.







7 Comments:
e se fôr uma desantenção muuuuuito pequenina? :) bjiiinhes kida
As fissuras tratam-se com impermeabilizante acrílico...bem as das paredes.
As de que falas estão sempre a aumentar!
Cartier Bresson é dos meus fotografos favoritos... gostei muito deste post.
*
Silverzinha
... bom, diria que ainda existem compensações a considerar... ;)
muitos beijinhos :)
A.
bem... eu tinha pensado no silicone... mas, fica ao teu critério ! ;o)
beijos, muitos
EyesWOpen
:o)
muito obrigada...
um abraço e um *
Minha querida,
saúdo a sabedoria das tuas palavras, uma vez mais.
Um beijo
Desatenção?... alguém dizia:
"A palavra só vale quando deixa de ser palavra e começa a ser frase.
Mas o que conta é a penetrante comunicação de dois silêncios
- um silêncio atento vale mais do que todas as frases - estar atento é amar, desatenção é desamor, frase errada é sopro perdido
é a mais longa distância entre dois pontos confusão lentamente ocupando os desvãos da consciência
e baralhando as ideias com dedos de fuligem." - Sidónio Muralha, Poemas 1941-1971 (Editorial Inova)
Perdoe-me a interferência mas pareceu-me a propósito...
Narcisa
beijos... e obrigada pela amabilidade
LR
Não foi interferência alguma.
Gostei do que esse alguém dizia...
E fui eu que fiquei mais rica ao saber. Obrigada.
um abraço
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