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Pedro Almodóvar # Penélope Cruz

Blanca Portillho # Carmen Maura

Gostei. Muito. Encantou-me a forma assombrosamente delicada e naturalmente íntima como Almodóvar retratou o universo feminino. Como desenhou admiravelmente a mistura entre a força sensual e a terna fragilidade que compõem cada uma das mulheres que filma...

Filmou a vida que sacode dos seus dias a morte e os que com ela foram... depois de terem sido chorados e esquecidos. Aqui adquirem uma forma viva na naturalidade com que acompanham os dias e nas manhãs de sábado em se limpam as campas... até mesmo aquelas que nos esperam. Filmou a intimidade solitária com os seus segredos exibidos como fantasmas vivos que nos compõem, nos transformam e nos sustentam.

Penélope... está maravilhosa na névoa cristalina que volta e meia inundam aqueles imensos olhos. Blanca Portillo... magnífica na personagem Augustina... uma discreta vizinha que assume relevo maior através do comportamento e da atitude sóbrias de quem sofre na pele a morte antecipada. E só ela poderia dizer que os segredos discutem-se em família. Na intimidade e entre os seus intervenientes. Carmen Maura... lembrou-me... que o perdão existe quando se ama e que dar tempo aos outros é cuidar deles... é amá-los ao mesmo tempo que cuidamos de nós.

Banda Sonora # Estrella Morente - Volver