4.7.06

Do impossível...


De uma vez encontrei-te, mudavas de vestido, este calor. E o calor reentrou-me no sangue, as minhas mãos ajudaram-te a despir e na palma da minha mão direita assentei o teu corpo terno e ergui-o e estendi-o na cama. E era terno e doce na sua alvura infantil, breve e luminoso na penumbra do quarto. Deito-me ao teu lado, percorro-o de leve no susto de o quebrar. Porque eras tão frágil. Os seios que despontam, a tua face, o longo das tuas pernas. ... E é horrível de um prazer fundo subtil, querida Sandra, entrar em ti, como é possível que isso aconteça? Em ti, no recôndito de ti, no íntimo inatingível da tua pessoa. No mais oculto e indesvendável de quem és.
Vergílio Ferreira

imagem adaptada por M. - Natalie Portman