Até já...

Alguém me disse há pouco tempo que se devia honrar compromissos apenas com aquilo que nos dá prazer... e confesso que esta ideia me ficou na retina da memória. Talvez por isso tenha revisto alguns dos meus compromissos... Talvez por isso, sinta que é o momento de tapar as cores e formas destes quadrados e rectângulos pintados escolhidos por mim ao sabor dos delírios que a minha visão ia tendo, de calar os sons que fui libertando do plástico das caixas como forma de adormecer a alma de sentires inquietos. Sinto que é altura de amaciar a intensidade da luz que ilumina este canto e deixá-lo repousar na penumbra do silêncio. Que é o momento de silenciar sentires que aqui iam ganhando corpo de letras... que é altura de me passear sem levar nada comigo. Sei que o perigo de errar por aí... sem rotas, mapas ou destinos marcados pode ser viciante ao ponto de não haver retorno. De momento não penso nisso. Não gosto de coisas definitivas quando se tem uma pálida ideia que se perde ou que se está a perder alguma coisa... Há quem diga mesmo que quando se perde algo é tão somente porque não já não era necessário... e perdendo ou não, não sinto agora que me dê prazer continuar a viver neste azul de sonhos. Devia-vos esta explicação... pelo vosso tempo, pelas palavras e pelo carinho que me deram. Fica um até já... pode ser ?