12.6.06

Do fascínio...


Peter Beddek

Existem coisas por esse mundo que exercem um fascínio monumental sobre mim. Daquele tipo de fascínio onde as palavras não têm sequer permissão para entrar. Onde o olhar se enche tremendamente do que vê espraiando-se no tempo... que deixa de ser tempo porque quero e porque existe num outro lugar qualquer que não tem espaço sequer. Onde o contemplar é fome de alimento, é alimento que não sacia mas que tempera suficientemente essa coisa em que ninguém acredita porque não vê ou porque o tratado que fizeram acerca dela já vem antes de Cristo e não convenceu ninguém... mas que eu sinto tão na pele: a alma. São coisas... tantas coisas que eu gostaria que me entrassem pelos olhos dentro e me preenchessem no espaço que existe por entre a minha pele e todas as outras coisas que vivem em mim de modo atabalhoado e que esperam numa azáfama incrível que as arrume para a vida ter por onde correr. E diria que a Lua é uma delas. E não tenho como lhe ser indiferente. Nem desejo. O mar a acariciar infinitamente a areia ao fim de uma tarde... como se a verdade fosse porque eu quero que seja que ele sem ela não consegue ser... e esta é outra das coisas. O horizonte que mora atrás do mar é outra... e nem vos digo que tamanho tem essa minha vontade de ir até ao fim do mundo em busca das respostas que tanto persigo desde que a minha existência ganhou nome. E a imagem que escolhi para este post é outra... gosto da simplicidade, da cor, da disponibilidade, do espaço que não é incómodo, da consistência segura... e se esta minha 'casa' tivesse porta... seria esta a que encontrariam quando me visitassem.

4 Comments:

Blogger mar said...

na sei porquê, mas a foto lembrou-me a casa da avó... o portão do lado de dentro.

bjos e boa semana.

12/6/06 14:51  
Blogger sotavento said...

Gosto das portas e das janelas que tão bem pintas!... :)

12/6/06 18:50  
Blogger lr said...

Gosto dos gostos descritos no fim do post. É curiosa essa ideia de alma: por mim, acredito que existe,acredito que é algo forte, mas tenho dúvidas (?) de que Deus exista.E a ideia de haver coisas que vivem em nós de forma atabalhoada é muito verdadeira.
Abraço

12/6/06 22:42  
Blogger M. said...

Prima
realmente... tens razão. Mas a minha memória dessa altura é um pouco mais frágil que a tua.
Um grande abraço e boa semanita :o)

Sotaventinho
:o)
confesso que adorava saber pintar! ;o)
e gosto que tenhas gostado.
um abraço

LR
obrigada. :o)
a ideia de alma não está necessariamente ligada à ideia de Deus. e a meu ver a questão religiosa só tem sentido quando a percepção interior acerca realidade se altera e toda a acção e sentido se confina com ela. tudo o resto me parece pouco importante...
e em nós é cada vez mais atabalhoada, inquieta e inquietante...
um abraço

13/6/06 10:26  

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