24.5.06

Da leitura...


Ulrike Sladek


Há um mal-estar indefinível no vermo-nos devassados por quem nos lê. Por isso exigimos a nós próprios que o faça longe de nós e não assista ao nosso acto de amor. Porque se perde aí o direito a sermos quem somos na intimidade de nós...
V. Ferreira
Acrescentaria... que esse 'mal-estar', sem o ser, é maior quando nos lêem sem que as palavras estejam escritas... porque é tremendo o embaraço perante um olhar que nos observa nos limites asfixiantes do que somos. Porque somos só e apenas aquilo que vêem... naquele momento. E o peso do embaraço estende-se pelo que não vêem... No ler... o amor já não é nosso. É de quem lê.

4 Comments:

Blogger poca said...

sim... e com isto digo tudo.

26/5/06 02:22  
Blogger lr said...

não concordo com a citação de v. ferreira: não pode haver qualquer mal-estar ao sermos lidas/os...

noutro plano, lerem-nos sem que seja através de palavras escritas, tem muito de fascinante, incómodo, sedutor ou asfixiante. faze-lo, confesso, é uma das minhas actividades favoritas. serei pecadora?

(última hipótese: não percebi nada do post!...nesse caso, sorry pela derivação)

28/5/06 14:37  
Anonymous Anónimo said...

e quem lê precisa dizer que que lê, apenas que lê, vendo sem observar, apenas olhando...
e quer crer que quem escreve precisa de o saber.

28/5/06 23:00  
Blogger M. said...

Boozinha... :o)))
leste-me o pensamento ;o)
e não o podias ter dito melhor.
Um beijo grande, grande...

Poca
:o))
um abraço

Lr
quanto ao pecado... depende da perspectiva... quem é lido por ti, considera que é pecado? ;o)
espero que não.
Um abraço... e obrigada pela 'derivação'... :o)

Lu
:o)
obrigada...

28/5/06 23:56  

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