13.9.05

As tuas mãos...


Sweetcharade - Love will tear us apart
Meu amor... sei que não me perdoarás... e que não entenderás o meu gesto. Peço-te que não culpes ninguém. Tão somente a mim. Deixa-me dizer-te como sinto tanto a tua falta... como é tão duro amar-te tanto e ter que me despedir... Deixa-me explicar-te... como me sentia tão impotente... tão inútil por não poder cuidar de ti. ... Não foi essa a promessa que te fiz... naquele dia morno... lembras-te?... enquanto passeávamos na praia contando uma à outra... o silêncio e a cor meiga dos nossos sentimentos e apenas dizíamos o que o nervosismo nos permitia. Prometi amar-te... como se fosse possível, vejo agora, prometer uma coisa que em mim era como o respirar que me mantinha viva. Prometi cuidar de ti... e como fui surpreendida!
Desde aquele dia... que jamais pude voltar a abraçar-te... a segurar o teu rosto nas minhas mãos... a explorar o teu cabelo com o meu rosto... e a beijar-te suavemente... e por vezes brincando com os teus lábios. Não imaginas como morri nesse dia... e como fui morrendo naquilo que ainda restava de mim... quando passei a ser um peso caído na cama... que foi tão nossa!... e onde caí quando já não era eu.
Não saberás nunca... as vezes que deitada na cama me levantei... te abracei... que peguei em ti ao colo e te adormeci... tentando sempre apaziguar qualquer luta tua... tentando proteger-te do que te magoava. Nem nunca te disse... o que sentia cada vez que te ouvia chorar na sala quando nem sequer do quarto te aproximavas cada vez que sentia em ti um turbilhão imenso de emoções que te afogavam nas memórias do que eu tinha sido.
Perdoa-me meu anjo... por todas as vezes em que fechava os olhos quando te demoravas com a tua mão no meu rosto e nos meus cabelos. Não penses que era porque não te amava... desejava apenas conter as lágrimas que nasciam em mim como um rio... que descobre não ter mar onde desaguar. Se tu soubesses como nesses momentos todo o meu corpo se resumia inteiro no meu rosto... porque era apenas nele que te sentia. Se soubesses as vezes que te amei... e como te amei... através do meu olhar porque só ele te podia envolver. Se tu soubesses... talvez compreendesses que já não era eu que estava ali... Eu sei amor... sei que te faço falta... Sei que vou sentir essa tua dor da minha ausência e que tanto te dilacera... mas o que sentias por mim já era mais dor que amor. E eu também sentia a mesmo. Era a dor de uma ironia com que não contávamos... com que ninguém espera.
Meu amor... aceita que sou livre novamente. Agora estarei sempre contigo. Agora vou poder abraçar-te, pegar em ti e embalar-te ao dançar, vou sussurrar-te ao ouvido todos os nossos momentos como se fossem pequenas histórias até adormeceres... vou zelar pelo teu sono... vou cuidar de ti. E não tenho outra forma de o dizer senão... Obrigado... por todos os momentos em que partilhaste a tua vida comigo... Obrigado por me teres amado tanto... E sei... que voltarás a ser feliz...

12 Comments:

Blogger AlmaAzul said...

Neste momento dou razão a alguém... sou mesmo um "coração de manteiga"... o que aliado a forma como escreves...resulta num teclado um bocadinho imerso...

Parece cruel mas é das coisas mais naturais do mundo…das que exigem mais coragem também.

*azul

13/9/05 02:31  
Blogger whitesatin said...

Por vezes somos surpreendidos com expressões que nos invadem os lugares mais escondidos das nossas almas. Esta declaração é sem dúvida uma mais belas e terríveis que já li. Deixou-me aqui num turbilhão de emoções difícil de explicar.
Obrigada pela partilha.
Bj

13/9/05 09:49  
Anonymous Anónimo said...

vejo que voltaste em grande força.
senti apenas um abalo...grande. aqui.


a ana do 2º esquerdo

13/9/05 12:47  
Blogger Me, Myself and I said...

Uma vez mais ao ler-te fiquei com os olhos marejados... sem palavras e deveras emocionada... vou ficar-me por aqui e tentar recompor-me!

Bjs

13/9/05 18:48  
Blogger M. said...

AlmaAzul...
Concordo contigo: exige coragem. e sim... és um coraçãozinho de manteiga... e isso não é bom? ;o)
* precious

Boo
as tuas palavras serão sempre bemvindas... :o)

Whitesatin
espero que o turbilhão passe depressa... :o) e obrigado eu pela visita. Beijo

Ana
obrigado pela visita. :o)
Beijos para ti e para a tua metade

M,M and I
obrigado... e fica o tempo que precisares. Bjs

13/9/05 19:12  
Blogger Francesca said...

... como consegues tu? Beijinho de lágrima...

13/9/05 21:54  
Blogger ...dina said...

Esta deve ser a primeira vez que comento no teu espaço... É uma das visitas incontornáveis que faço diariamente pelo mundo dos blogs e deixas-me sempre sem grande espaço para as palavras, porque se torna difícil verbalizar quando se lêem coisas como estas...

A sensação é de murro no estômago, como se nas esquinas das tuas frases existissem sensações que eu também já percorri...

No meu silêncio continuarei atenta! Os meus parabéns à mão que segura a pena!

13/9/05 22:39  
Blogger Vanessa said...

... o sentimento por aqui assemelha-se ao que já comentaram.
poderoso, emotivo..

e a falta de palavras derivada do repentino silêncio de pensamento também.

um abraço, uma boa noite e um melhor dia ~~*

13/9/05 23:10  
Blogger M. said...

Cacau...
um beijo

Label
bemvinda... muito obrigado pelas tuas palavras :o) ... e por teres quebrado o teu silêncio. Não desejaria que o que escrevo tirasse espaço às tuas palavras.
um abraço

Omlounge
obrigado :o) ... um abraço fofinho e tem um excelente dia

14/9/05 08:43  
Blogger manhã said...

Olha, o texto está bonito, é triste mas precioso, só não percebo aquilo que está verdadeiramente a dizer.Está a falar de pessoas que se amam e têm de separar.Porquê? Doença?Haverá algo que justifique a separação de duas pessoas que se amam?

19/9/05 09:39  
Blogger M. said...

Manhâ...
Bem vinda. Sim. Estou a falar da decisão de uma pessoa se separar da outra devido ao facto de a própria ter ficado inválida. Se há justificação para duas pessoas se separarem quando se amam? Essa resposta só pode ser dada por cada um(a)...
Um abraço

19/9/05 14:39  
Anonymous Anónimo said...

E quando penso que sei o que sinto e como sinto... venho aqui e.. conduzes-me inevitavelmente a uma outra forma de amar que também é minha.

12/10/05 03:50  

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