A tua verdade...

retirado do Google

Preciso de decidir-me. De decidir acerca da tua verdade. De uma verdade que o teu silêncio faz emergir. Preciso de tempo. De um tempo sem tempo. De me afastar. De tudo. De todos. De ti. De mim. E sei que é de mim que fujo. Daquilo que sinto e não me deixa seguir. Mas nem eu sei que quero... Preciso de decidir-me acerca de ti...

Por favor... deixa-me. Leva contigo tudo o que deixaste. E pareces teimar em não levar. Levas as tuas flores... que sem sol e àgua teimam em crescer... Como se a vida após a tua ida continuasse. Como se o mundo em mim não tivesse dado pela tua ausência. Por favor... não deixes nada que me faça lembrar-te. Queima tudo quanto escreveste. Sopra nos sonhos que deixaste. Parte os vasos e flores. Destrói o jardim! Incendeia a casa! Desaparece do mundo em que me movimento! Não quero ver-te. Não quero sentir-te. Não quero lembrar-me de algum pormenor teu... que eu sabia de cor e que já era tão meu. Quero exterminar qualquer coincidência acerca de nós. Quero construir uma nova identidade sob o signo da ausência, da dor do não-entendimento.

Deixa-me ir. Preciso de encontrar-me... de sentir que este chão também é meu. Que o meu cantinho existe algures... e anseia pelo meu regresso...