27.6.05

o sorriso aos pés da escada



Picasso - Harlequin sitting on a red couch- 1905
Todas as noites, ao aplicar o maquillage, Augusto discutia com os seus botões. As focas, não importa o que fossem obrigadas a fazer, permaneciam sempre focas. O cavalo, um cavalo; a mesa, uma mesa. Augusto, embora permanecendo um homem, era obrigado a tornar-se em algo mais: tinha de assumir os poderes de um ser excepcional dotado de um excepcional talento. Tinha de fazer rir as pessoas. Não era difícil fazê-las chorar, tão-pouco fazê-las rir; descobrira isso há muito tempo, antes mesmo de sequer ter sonhado entrar para o circo. Mais altas, porém, eram as suas ambições - queria dotar os espectadores de uma alegria que se revelasse imperecível. (...)
Sermos nós próprios, unicamente nós próprios, é algo de extráordinário. Mas como chegar a isso, como alcançá-lo? Ah!, eis o truque mais difícil de todos. Difícil, exactamente, porque não envolve esforço.
Henry Miller

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ó miúda, isto pela manhã é "violento" ... volto mais tarde!

28/6/05 12:16  
Blogger Mente Assumida said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

28/6/05 15:06  
Blogger M. said...

Violência ?... onde? Na maquillage ??

28/6/05 22:58  

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